“Olha, é o seguinte,
nós somos três, o garoto é um só. Vamos ter que dividir tá?”
Cada uma tomou posição e, aleatoriamente iam se espremendo
na porta da classe, dançando e cantando como podiam. Tudo bem, contanto que
todas dividissem a atenção que o espectador, ainda confuso, receberia.
A medida que se empurravam umas as outras, a dança ia
piorando, a melodia, que nunca existiu realmente, ia atingindo o máximo do constrangimento.
E claro, o garoto, era tomado por uma onda de calor e frio representados por
suas bochechas coradas e seu olhar de espanto. Pobre tonto.
A coreografia acabou, a aula já vai começar e as três, agora
já sem avistar o garoto, discutiam o grande problema que tinham em mãos.
“Quem vai namorar com
ele?”
A resposta veio rápido.
“Deixa ele escolher
então!”
Em poucos segundos o caso seria resolvido, ao menos para o
garoto, que ao abrir a porta da sala e se deparar com tão sutil pergunta não
teve dúvida alguma.
“É que não quero
namorar nenhuma. Quero aquela, mas ela não me dá bola!
Disse apontando para outra garota da sua classe.
Fecha a porta, volta pra aula, disfarça o riso murcho e
decide não gostar mais de nenhum garoto, (Drama Queen), muito menos um que
exija toda essa competição, (Tonto Boy).
Afinal, tem cinco anos e é só a primeira semana de aula.
Dali pra frente, encontraria tantos outros primeiros amores, em situações tão
distintas e inesquecíveis. Nunca tentou compará-los, mas se via classificando
cada um e se divertia.
“Os platônicos, os
reais, os breves como um sopro, os intensos, os que pegam de surpresa e os que
não avisam quando vão embora.”
Mas de uma coisas desconfiava, todos foram primeiros amores.
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